O dia em que eu e meus cachos nos aceitamos

Não sei que dia foi esse mas faz algum tempo que estou bem feliz e satisfeita com os meus cachinhos e, por mais que isso pareça irrelevante para muitos, para mim é um grande avanço. Todos que me conhecem ou a maioria, pelo menos, sabem que tenho um grande problema com o quesito autoestima. E não venha me falar que isso é besteira e que passa, tá? Parece chatice mas eu não sou o tipo de pessoa que diz que está feia para receber um elogio. Não mesmo. Parece deprimente? Parece, mas não é.

Minha mãe sempre diz que se recebemos um elogio devemos agradecer e fim. E é o que eu faço, não gosto de mimimi de gente que sabe que é bonita ou está bonita mas deseja ouvir mais e mais. Há dias em que simplesmente eu acordo e me sinto bem comigo mesma, então está ótimo, não preciso que ninguém afirme isso. Claro que é sempre bom ouvir um elogio sincero.

Isso se dá ao fato de como eu fui na minha adolescência. Não era fácil olhar suas amigas e sempre se sentir menos bonita do que elas. Eu sei. Todo mundo ou quase todo mundo já passou por isso. Mas é realmente triste o fato de perdermos tanto tempo de nossas vidas se preocupando com o fulaninho que não nos acha gatinhas. Ainda bem que passei boa parte desse tempo na Biblioteca da escola me deliciando com os meus livrinhos, nada melhor pra acalmar um coração adolescente, haha.

Mas a adolescência passou e eu estava falando dos meus cachos. Eu nunca fui satisfeita com o meu cabelo e hoje tenho vontade de me estapear por isso. Se eu tivesse cuidado dele com todo o amor e carinho que ele merecia, hoje além de eu estar feliz ele também estaria, lindo e ofuscante. Mas aí chegou a fase da franja alisada e o resto enrolado. Pelo amor de Deus, quando lembro dessa época fico pensando em todo o tempo que perdi de todas as vezes que fiquei alisando aquela bendita franja enquanto poderia estar comendo ou dormindo, sei lá, haha.

O fato é que depois de toda uma vida tratando o meu cabelo de forma idiota, cheguei à conclusão que não existe nada mais incrível que ser natural. É clichê, mas não há nada que justifique essa vontade de ser quem eu não sou. E por favor, não tenho nada contra quem alisa o cabelo, usa químicas e afins, eu também já usei muito a chapinha e agora passou. Só quero dizer que pra mim não fica legal. Perdeu a graça, sabe? Não sou eu, Deus me deu cachinhos então, bora amá-los porquê eu sei que tem muita gente que gostaria de tê-los (beijos, mãe! haha). Ela sempre disse isso pra me fazer mais feliz, eu sei.

Mas o que eu realmente não admito é crianças crescendo com o pensamento de que seus cabelos não são bons e bonitos como os outros, os "normais". Por favor! Como você acha que uma criança que ouve isso vai ser quando crescer? Além de infeliz pelo cabelo que ela tem, vai sofrer comentários maldosos e não medirá esforços pra mudar o visual. Então, faça o favor, assim como eu também farei, de dizer à essas crianças que ter cabelo crespo, enrolado ou ondulado, ou simplesmente não ter cabelo liso também é demais! Não há nada de mau em ser diferente, eu posso garantir que é legal também. Às vezes cansa ser comum e queremos ser diferente, sabe? E meus cachinhos me mostram que todos os dias posso ser quem eu quiser, mesmo sendo eu mesma, dá pra entender o tamanho do amor? 

Enfim, hoje estamos bem, tenho procurado saber mais sobre como cuidar bem do meu cabelo e sem agredí-lo, claro. E tenho certeza que seremos felizes assim pra sempre. Talvez daqui uns 40 anos eu resolva pintar de vermelho e raspar a lateral, já que atualmente não consigo mudar mais do que tirar as pontas, quem sabe, né?

Ah, quanto à minha autoestima, não se preocupe. Estamos bem, também. 

Aí vai uma foto da minha musa Rihanna e seus cachos. Por favor, fica assim pra sempre?



Beijos.

Comentários

  1. Seus cachos são uma graça, menina *-*
    cachos fazem a diferença hje! todo mundo só qer liso, liso e liso, xé
    ;D

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