Eu escrevo para quem?

Um gole de Coca sem gás pra começar. 

Eu tinha certeza de que esse projeto teria um lado bom, já que o fracasso é quase que premeditado, precisava sentir que ele seria mais que um projeto qualquer que "nos obriga" a escrever todos os dias durante o mês de Agosto. Vejo que estava certa, pelo menos se tratando da pessoa que vos fala, este projeto tem feito muito mais do que apenas me deixar nervosa por não saber o que escrever. Afinal, eu escrevo pra quem? Eu escrevo pra alguém? Por que eu escrevo? E é sobre isso que eu quero falar, seja pra alguém ler e refletir, concordar ou discordar, seja pra eu aprender mais.

Tudo começou quando abri o blog Bonjour Circus, do qual gosto muito por sinal, e me deparei com esse post no mínimo interessante. Levei uns bons tapas na cara, o que me foi muito útil, pois estava precisando. Indico com todas as minhas forças, pois sei que muita gente precisa ler e refletir, da mesma forma que me fez, a ponto de eu sentir que precisava escrever sobre. 

Eu tenho esse blog desde 16 de Junho de 2011, logo, ele tem 4 anos de idas e vindas, abandonos e reencontros, pois ele reflete minha nada mole vida, o que significa que ele dificilmente seria normal, hahaha, digo, ativo cem por cento. Eu acredito que escrever salva e nos alivia, entretanto, escrever quando falta ânimo e quase não se tem o que falar, é difícil. Desde o começo do blog, quando ninguém sabia da minha existência nem dele, o que mais me deixava saltitante era receber comentários. E por incrível que pareça, até eu ler esse post da Del, eu ainda estava nessa vibe louca de ficar atualizando a página inicial do Blogger pra ver se tinha comentário novo. E eu me pergunto: Que merda é essa? 

Por que eu preciso de comentários físicos para acreditar que escrevi algo relevante? Se um texto escrito só com sentimentos exclusivos meus e que diz respeito à mim, caso não tenha comentários eu devo achar que é ruim? Eu preciso de comentários para validar a minha escrita? O problema não é receber comentários, céus, é esperá-los ansiosamente e desacreditar do que escreve quando não os recebe. Talvez as pessoas não comentem por preguiça, assim como eu tenho muitas vezes, ou por achar que não têm nada relevante para comentar.

E sabe o que é pior? Ou melhor, não sei. Eu consigo identificar isso na vida real, aqui atrás da telinha. Essa necessidade de ser visto, notado e aceito. Todos nós temos um pouco disso, isso é extremamente idiota, e refiro a mim mesma. O quanto idiota fui/sou em me preocupar com o que as pessoas irão achar sobre mim, se vou agradar ou espantar alguém. A Raúla é assim, talvez não transpareça tudo o que é pelos textos que escreve, mas é justamente por isso que não deve ser julgada, porque não é só o que está aqui que dita quem eu sou. E eu não devo esperar comentários para sentir que sou aceita no mundo da blogosfera, assim como atrás da telinha, não é ouvindo uma frase que eu diga que você vai me conhecer, nem lendo todos os textos aqui escritos, pois muitos foram escritos entre linhas. 

Então esse texto é para mim. Para eu entender que sou boa mesmo não recebendo aplausos, e que ninguém precisa disso para se sentir aceito. Reconhecer que eu também não comento em todos os blogs incríveis que acompanho, às vezes até por medo de não ser compreendida ou ignorada, e ver que isso é bobagem, que se temos vontade de dizer algo bom e bonito, que acrescente ao outro: o façamos sem medo e sem a necessidade de receber algo em troca.

Escrever alivia. Faz bem. Nos salva. É o que me move. E sempre será.





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